quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Indicação de José Pacheco para Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação gera contestação nas redes sociais

Foto: MINEC 
Através de um comunicado, o Presidente Filipe Jacinto Nyusi, sem apresentar nenhum motivo, exonerou no passado dia 12 de Dezembro, quatro membros do seu Governo, facto inédito no país. As surpresas recaíram sobre nomes como Letícia Klemens, que dirigia o Ministério dos Recursos Minerais e fora escolha pessoal do Chefe de Estado, e de Max Tonela que dirigia o Ministério da Industria e Comércio.

A queda de Oldemiro Balói que, desde 2008, vinha encabeçando o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MINEC) não foi de grande surpresa dado o tempo que já dirigia a pasta diplomática, porquanto acreditou-se que Balói poderia ter solicitado o seu afastamento por questões de reforma. Contudo, a grande surpresa para os moçambicanos  foi mesmo o nome indicado para a sua sucessão: José Pacheco, que acabava de ser afastado do Ministério da Agricultura.

Dentre os nomes exonerados pelo PR, o do ministro Pacheco era já aguardado pelo fraco e não notável trabalho realizado no Ministério da Agricultura. O que quase ninguém esperou é que, volta e meia, ele fosse indicado para assumir a pasta diplomática. Aliás, vaticinou-se muitos prováveis nomes para a direcção do MINEC, bem assim acreditou-se que o Pacheco pudesse ser isolado do governo. 

No facebook, o internauta Jorge Muthemba prognosticou, logo após a exoneração do ministro Balói, a indicação de Aires Ali ou Tomás Salomão para a pasta diplomática.  


Mas por que a escolha do ministro José Pacheco para direção do MINEC causou tanta polémica?


O jovem jornalista Rafael Dias, num pôster publicado no facebook, relembrou alguns factos que mancharam o nome do Pacheco enquanto Ministro do Interior, Chefe das Negociações entre a Frelimo e a Renamo e Ministro da Agricultura.





João Cumbane, analista político e professor universitário, em relação à indicação do Pacheco para o MINEC, expressou-se da seguinte maneira:


Num tom irónico, o jurista Alexandre Chivale relembrou o facto de José Pacheco ter sido afastado da Comissão Política do seu partido (Frelimo), o que levou muitos a pensarem que tal realidade faria-o sair do governo. 





Num texto publicado no facebook, o professor Alberto João Ferreira escreveu: 

Não obstante

Os moçambicanos acordaram muito felizes no dia 12, talvez fossem exonerações que deixaram mais felizes a gente do Indico. Rádios e televisões e facebookistas começaram a comparar o FJN com JLO mestre de mudanças radicais em Angola, não faltou júbilo. Já no dia 13 todos tristes encheram facebook de indignação, raiva e sentido de revolta. Aquela decepção jamais sentida quando se ouviu: "Pacheco ministro dos Negócios Estrangeiros".
As questões e interrogações não param... Porquê...porquê?   
1. A quem falasse de manifestações de 2010 em que a polícia disparou a queima roupa balas verdadeiras a população e morreram inocentes (Pacheco ministro do interior), 
2. A quem falasse de arenamistas mandados fechar nos contentores enquanto governador de Cabo Delgado e morreram asfixiados,           
3. A quem falasse do seu envolvimento nas vendas de madeira aos chineses e desflorestamento de Moz.     
4. A quem falasse da suas intransigências nas negociações sem resultados no Centro Joaquim Chissano (Frelimo - Renamo), as famosas 100 rondas negociais.
5. A quem falasse de 1 voto que teve nas eleições de membros do Comitê Central (aludindo que nem a própria Frelimo vota nele).            
6. A quem falasse de pro-savana, acesso e exploração de extensas terras moçambicanas aos japoneses.       
7. A quem apontasse Tomás Salomão como mais indicado pra o ministério dos Negócios estrangeiros. Depois de sucessos no executivo na SADC.        
8. A quem falasse de longos e longos anos na governação deste desde 1995 sem resultados palpáveis como Governador, Ministro do Interior, Ministro de agricultura. 
Porque o PR terá nomeado Pacheco pra a diplomacia? A Frelimo pode sentir o pulsar dos seus eleitores... o sentimento generalizado... faz a democracia.



 Presidente Filipe Nyusi confere posse ao Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, José Pacheco

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